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Mulheres de todas as idades e biotipos podem ser encontradas no parque da Luz. Região é dividida com aposentados e excursões de escolas |
Parte de uma população invisível, prostitutas, travestis e usuários de drogas dividem o centro de São Paulo longe das políticas públicas. À margem da Estação da Luz, famosa pela sua arquitetura europeia, mulheres que ‘fazem a vida’, como elas definem, são confundidas com passageiras das linhas de metrô e trem que percorrem a estação.
As idades das profissionais causam o mesmo espanto que os valores aplicados por elas. Para 30 minutos com Jane (Na foto ao lado), de 60 anos, o
cliente desembolsa R$ 30. “Mas eles nunca passam de 15 [minutos]”, explicou a idosa garantindo não dar descontos aos mais ‘rapidinhos’.
![](http://www.tribunadabahia.com.br/upload/20130926045538_05.jpg)
“Tentei de tudo até ver meus filhos passando fome. Você acha que queria ganhar a vida dando a periquita, benzinho?”, explicou Marta*, de 65 anos, que pediu para não ter o verdadeiro nome divulgado. Sua hora custa R$ 40, mas pode cair para R$ 30 se o cliente for conhecido. Ao fechar o programa, as "meninas" seguem para os hotéis da região, que cobram entre R$ 8 a R$ 12 por hora.
As mais velhas não têm frescura
“Se com as namoradas eles são certinhos, com a gente eles pedem as loucurinhas”, conta Marta. Entre os clientes de Jane e Marta estão jovens de 18 anos que são atraídos pelo desprendimento e experiência que a idade pode oferecer. “Eles falam que as novinhas são cheias de frescura. Cheias de ‘não toca aqui’ ou ‘não pega ali’ e isso afasta eles”, contou Jane que recebe a visita de um universitário, de 18 anos, a cada 15 dias.
“Se com as namoradas eles são certinhos, com a gente eles pedem as loucurinhas”, conta Marta. Entre os clientes de Jane e Marta estão jovens de 18 anos que são atraídos pelo desprendimento e experiência que a idade pode oferecer. “Eles falam que as novinhas são cheias de frescura. Cheias de ‘não toca aqui’ ou ‘não pega ali’ e isso afasta eles”, contou Jane que recebe a visita de um universitário, de 18 anos, a cada 15 dias.
Engana-se, no entanto, quem acredita que essas mulheres encaram qualquer cliente ou pedido pelo dinheiro. Apesar de oferecer sexo a um preço mais em conta (a R$ 25/hora), Ivone, de 60, garantiu que não deita com qualquer um. “Sou nojenta demais. Odeio homem fedido”. Já Jane não aceita pedidos de sexo oral.
“Só coloco lá embaixo para trabalhar, nada na minha boca”. As ouvidas pelo iG ainda não dispensam o uso da camisinha apesar dos pedidos incessantes dos homens. E, segundo elas, a avassaladora maioria é casada.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNgkjryI_ODtY-Co6TtllQan8cg8oTTzuSGOpuo6C9fHRNwt5yAZcv58HzoBxaf0TfkPfx44P621FWeNlxl8nJGABldcrBP7io70-tFRJsq3sH1HDrV_EXfAuT7LxHNAcpV00CRXmQQshN/s1600/prostituta3.jpg)
Em 2007, Carolina Markowicz e Joana Galvão decidiram registrar o cotidiano de cinco profissionais idosas no parque da Luz. Oito horas de depoimentos foram resumidos em 20 minutos no curta-metragem 69 – Praça da Luz. “Não pesamos com o drama familiar, queríamos registrar a vida delas com um olhar mais leve, livre de preconceitos”, disse Carolina, que atua como publicitária e roteirista.
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